segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Brasil com cigarro

Quando vi a chamada para o novo quadro do Fantástico fiquei curioso para saber como ele foi permitido pelas grandes empresas de tabaco, tanto no Brasil quanto no mundo. Afinal de contas, estaria a gigante de comunicação se rebelando contra um dos maiores mercados de drogas permitidas pelo governo, além do álcool e da torcida do Corintians? Não consegui ver a estréia, mas graças a uma coisa chamada Youtube eu assisti ao programa inicial. Nada que já não se saiba, nada que já não seja ignorado por aqueles que fumam, nada que já não esteja no jogo da memória que é distribuído gratuitamente no verso das carteiras de cigarro.

Na semana posterior ao programa, estava eu na parada do ônibus, aguardando o meu que estava atrasado, e um senhor acendeu um cigarro contra o vento. Contra o meu vento... mudei de lado na parada. Ao meu lado um rapaz olhou que o senhor fumava e mais que prontamente puxou um cigarro do bolso e pediu para acender o dele também. Cena comum, todos já devem ter visto isso, sem que haja uma explicação para um fumante que não carregue consigo um isqueiro ou caixa de fósforos. Cigarro aceso, se sentou contra o meu vento também, sem se tocar do fato de que eu já havia trocado de lado por causa do cigarro alheio. Aliás, seus olhos só tinham um ponto fixo, a luz vermelha do cigarro. Pedi para trocar de lugar com ele, com educação, e com educação ele trocou de lugar comigo. Simples assim. Não gostar do cigarro não é motivo para não gostarmos das pessoas ou tratarmos ela com indiferença.

Não posso ir contra o vício das pessoas, o negócio é fazer como a água e desviar dos obstáculos. Não sou senhor da verdade e muito menos dou conselhos, só se pedirem e pagarem o preço de ouvir. O senhor que acendeu o cigarro veio conversar comigo, após terminar o cigarro, e pediu desculpas por não perceber que estava contra o vento e comentou sobre o programa do Drauzio. Disse que nem pensou em parar, que fuma a mais de 40 anos, que não tem mais volta. O rapaz apenas disse que é jovem, pode fumar por muito tempo e se quiser pode parar. Outro fato que os dois comentaram é que os pais fumaram por muito tempo e que seus avós fumaram até os noventa anos. Ora, se eles viveram até os noventa anos fumando, porque os jovens não podem fumar? Mas como disse, não dou conselhos e muito menos sou o senhor da verdade.

Fatos são fatos e não podem ser negados, meu pai fumou e bebeu desde os 13 anos de idade e morreu aos 60 anos devido a um câncer nos pulmões que se alastrou pelos ossos e demais órgãos. Meu pai morreu na véspera do dia dos pais. Meu pai também dizia que não havia volta e que se quisesse parar até poderia, mas acabaria preenchendo este vazio com algum outro vício.

Claro que sei a resposta da pergunta inicial. As empresas de tabaco sabem que todo e qualquer vício não pode ser largado de um domingo para o outro e que, entre todos os vícios, o do cigarro é comparável ao álcool, maconha, crack e afins que podem ser consumidos por quem tem pouco dinheiro, as massas pobres. São elas que sustentam as empresas e os traficantes de uma forma geral. Não é simples parar, ainda mais quando as pessoas não querem parar ou não estão cientes de que este é um problema cultural.   

Cada um é dono de si e deve arcar com as conseqüências de seus atos, sem esquecer que a sua liberdade acaba quando fere o direito do próximo. Pense nisso, entre uma tragada e outra.

Tiro certeiro

Mais um ministeriável se esconde embaixo da mesa. Disse que só sairia à bala! Pois bem, ao ver que apontaram o canhão para o seu castelo de areia, decidiu entrar num buraco antes que atirassem. Não são apenas os indivíduos desprovidos de estatura que possuem pernas curtas, a mentira também. E mentiras ministeriais são sempre maiores, por mais que tentem esconder os fatos.

O tapete deve ser muito grande mesmo para guardar tanta sujeira embaixo, ou melhor, tantos ministros. Talvez seja por isso que Belo Monte está sendo criada, para lavar o tapete.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A vida nas novelas


O personagem Caco Antibes do programa Sai de Baixo já dizia: "Pobre é um bicho triste." Isso é verdade em vários aspectos, principalmente para quem assiste a novela das oito que passa às 21h30min na Globo. Confesso que assisti o início desta novela e gostei, mas agora prefiro estudar enquanto minha esposa se diverte com este entretenimento das massas. Porém, mesmo estudando com o notebook no colo, coisa que não deveria ser feita, passo os olhos pela tela e então chego ao ponto que quero com esse texto.

Uma pessoa pobre ganha 50 milhões na Mega e a primeira coisa que ela faz? Aparece na TV para que todos saibam quem ela é e onde mora. Segunda coisa que essa mesma pessoa faz? Reclama por não poder deixar a grana embaixo do colchão e trás pra casa três blocos de notas de R$ 100,00 (para ajudar a pagar as contas que fez, acreditem, devem ser muitas mesmo). E a terceira? O filho mais velho se dá conta que não precisa mais trabalhar e grita alucinadamente na calçada "Eu sou rico!". Ações de pessoas tomadas pela emoção ou burrice? Não sei ao certo.

Também não sei qual é a sensação de ganhar 50 milhões, pois não costumo jogar na Mega-Sena e também não sou um ex-político que abriu uma empresa de consultoria, mas eu seguiria o bom senso com o qual fui criado. Explosão de alegria? Certo que sim, dentro de um depósito frigorífico acompanhado dos cortes ainda não distribuídos. Não apenas isso, qualquer pessoas com o mínimo de informação, que se pode adquirir com leitura de jornais e sabendo como está o mundo hoje, também pensaria melhor sobre estas ações.

Vi uma reportagem a alguns meses atrás sobre os novos milionários e como está a vida deles nos tempos atuais, quais os erros cometidos e como alguns ficaram até mais pobres do que eram antes de ganhar no jogo. A maioria vive agora com muito pouco do que ganhou, pois não soube como administrar, esbanjou, torrou, fumou e/ou cheirou. Um carro de luxo para cada parente e amigos, uma casa para cada um que vivia com ele ou perto dele, festas e mais festas regadas a bebidas caras. Gastar e gastar, afinal de contas, vem fácil e vai fácil e ainda por cima não vai junto conosco após a morte. Creio que a personagem da novela cometerá os mesmos erros dos demais, isso se nenhum outro personagem, com dinheiro e conhecimento de finanças, não se oferecer para ajudá-la.

Adorei ouvir uma frase dita pelo Sílvio Santos agora a pouco no programa Um Milhão na Mesa: "Dia de muito é véspera de nada." e assim mãe e filha perdem os R$ 360.000,00 restantes por não saberem quem é George Clooney e por nunca terem assistido Plantão Médico, mas dizem que viam Grey's Anatomy. Ninguém é obrigado a saber disso, assim como ninguém mais lembra ou sabe qual era o povo liderado por Átila. Minha esposa disse que não sabe quem era esse, e que eu sei porque vivi naquela época... isso é o que dá ser um observador da humanidade. Devia ter esquecido essa coisa de tecnologia da (des)Informação e ter me formado em Antropologia.

Em tempo: Átila, o Huno (406–453), também conhecido como Praga de Deus ou Flagelo de Deus, foi o último e mais poderoso rei dos Hunos. Governou o maior império europeu de seu tempo desde 434 até sua morte. Suas possessões se estendiam da Europa Central até o Mar Negro, e desde o Danúbio até o Báltico. Durante seu reinado foi um dos maiores inimigos dos Impérios romanos Oriental e Ocidental: invadiu duas vezes os Bálcãs, esteve a ponto de tomar a cidade de Roma e chegou a sitiar Constantinopla na segunda ocasião. Marchou através da França até chegar a Orleães, antes que o obrigassem a retroceder na batalha dos Campos Cataláunicos (Châlons-sur-Marne) e, em 452, conseguiu fazer o imperador Valentiniano III fugir de sua capital, Ravenna.


Ainda que seu império tenha morrido com ele e não tenha deixado nenhuma herança notável, tornou-se uma figura lendária da história da Europa. Em grande parte da Europa Ocidental é lembrado como o paradigma da crueldade e da rapina. Alguns historiadores, por outro lado, retrataram-no como um rei grande e nobre, e três sagas escandinavas o incluem entre seus personagens principais.
 

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Éxperimenti

O que esperar de alguém que no Prêmio Multishow diz coisas absurdas como "Eu não esperava por esse prêmio.", "É uma surpresa pra mim estar aqui.", "Nossa! Que surpresa, eu na verdade..." eu penso que é porque a criatura não deveria realmente ter recebido o prêmio! Se está surpreso em ter ganho é porque não merecia, não havia qualidade e nem mesmo a vaga possibilidade de ser reconhecido como um indicado ao prêmio. Como alguém pode trabalhar pensando que jamais ganhará um prêmio ou que nem será reconhecido? Brasileiro realmente tem que chorar quando ganha alguma coisa, pois não acredita em si mesmo. Chorar no podium não é emoção, é falta de condições psicológicas e confiança.

Menos mau quando um representante do artista recebe o prêmio, pois não fala as bobagens que os seus representados falam. Melhor ainda quando o artista não aparece, pois estava com a convicção de que não iria ganhar. O que salvou o espetáculo foi o Bruno Mazeo e sua afirmação à Sandy de que sim, é possível ter prazer.

Acham que estou sendo muito rígido? Esperem até ver meu olhar sereno e meu meio sorriso ao receber a medalha de ouro... é assim que deve ser. Povo com moral, confiança, educação e respeito não precisa chorar, ele sobe no lugar mais alto e sorri, pois sabe que é lá que deveria estar. Exercite sua capacidade de ser o melhor, não espere por receber alguma coisa boa sem saber se merece.

Somos criticados durante as comemorações da Semana Farroupilha, por nosso orgulho, mas esse é um orgulho bom. Orgulho não só de ser gaúcho, mas de ser brasileiro, pelo menos os que prestam já que tem muito brasileiro que não deveria estar aqui. Não qualquer brasileiro, mas os que acreditam na força, na união e na terra. Acredito no trabalho, acredito na responsabilidade e acredito na humildade. E você? No que acredita? Vai criticar e continuar sentado no sofá vendo a banda podre passar ou vai levantar a cabeça e seguir o rumo dos fortes? 

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ciências Humanas x Falando Bobagem

Nem sempre estamos preparados para responder perguntas específicas, mas a pior situação é quando necessitamos do improviso. Improvisar pode ser algo fatal para pessoas públicas, pois gera temas e esquetes para programas humorísticos. Algumas vezes o que é dito passa despercebido por muitos, mas não por todos.

Este final de semana estava vendo as reportagens ditas como "importantes" e entre elas estava o Congresso do partido atual detentor da presidência. No meio da reportagem ocorre a falha fatal, o ex-presidente diz que é cedo para julgar o mandato da atual companheira, pois são apenas 8 meses de um reinado que deve durar 8 anos. E que são apenas 10% do mandato, disse ele. Quem faz comunicação para as massas não sabe fazer contas. Desde quando 10% de 8 anos são 8 meses? Na verdade são 9 meses e 18 dias. Enfim, para conquistar as pessoas mais simples basta falar o que elas querem ouvir de forma agradável.

Outo fato ocorrido na semana foi a celebração da construção do estádio dos maloqueiros, simplesmente uma anomalia da natureza, do desporto e da política. E ainda por cima tenho de ouvir que "O Itaquerão não surgiu por causa da Copa. Foi a Copa que entrou no Itaquerão." PelamordeDeus, queria que tivessem estourado uma bombinha nos meus ouvidos para evitar ter de conviver com isso na memória. Ainda por cima querem me convencer de que será o estádio mais barato de todos, com a participação de empresários e do governo. Desde quando um estádio é barato? Desde quando em uma obra gigantesca destas não ocorrerão desvios.

Por este ponto de vista até é possível que o estádio seja barato, afinal de contas, ao desviarem a grana, só poderão comprar os materiais mais baratos do mercado...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

E será que se eu...

Duas das perguntas mais frequentemente ouvidas pelos técnicos em tecnologia da informação, vindas de pessoas leigas, são "E se eu colocar mais memória?" e "Eu uso o Essentials da Microsoft (ou o AVG, Panda e qualquer outro gratuito que tu leu no Baixaki), me disseram que é bom, não é?". Inevitavelmente elas não são as mais respondidas, pois são difíceis de explicar sem usar linguagem técnica ou comparações gráficas sem sentido até para nós. Mas nem tudo está perdido, é possível de forma eficaz responder essas duas perguntas para qualquer leigo, usando analogias simples.

Imagine que seu computador é na verdade uma cozinha, o sistema operacional é o cozinheiro, o processador é o lavador de pratos e a memória é o tamanho do balcão lateral da pia. Os processos ou programas são os garçons que trazem pratos sujos e levam os pratos quando estão limpos. Esse é o cenário ideal para explicar se adianta colocar mais memória ou comprar outro computador.

Situação 1: pia pequena, mas o lavador de pratos é um dos melhores. Os pratos chegam sujos, são colocados em pilhas no balcão e o lavador pega, lava e coloca no outro lado. O garçom que trouxe os pratos sujos pega os seus pratos limpos e entrega ao cozinheiro. Simples, mas a pia é pequena e não é possível colocar muitos pratos nela, assim sendo os garçons chegam com mais pratos, não têm onde colocar e os deixam no chão, pois precisam voltar para atender os clientes. O lavador não se abaixar para pegar pratos no chão, estes estão perdidos. Assim começam a aparecer os garçons em busca dos seus pratos e eles não estão limpos, o que eles fazem? Ficam lá, esperando por pratos que não aparecerão. Resumindo: pouca memória e um bom processador não são uma dupla perfeita, pois os programas que não recebem resposta do processador acabam travando. Neste caso memória adianta.

Situação 2: pia grande, mas o lavador é fraco. Os garçons começam a trazer os pratos e o lavador pega um por um, firmeza até o momento, mas a pilha de pratos começa a crescer e ele não dá conta de todos. Como o balcão é amplo, os pratos não se perdem no chão, mas começa a criar uma fila de garçons esperando os pratos que um dia serão entregues. O lavador está começando a cansar e os pratos demoram a ser entregues até o ponto em que o cozinheiro não cozinha mais por falta de pratos. Os clientes terão de esperar até que os pratos comecem a chegar ao cozinheiro, que está ocioso. Resumindo: não adianta colocar memória num computador obsoleto, vá comprar um mais moderno. Essa coisa de comprar um processador melhor também é furada, pois atualmente os processadores só funcionam em determinadas placas, ou seja, não devem funcionar na sua.

Situação 3: pia pequena e lavador mais do que cansado... Vai lá, passa na loja e escolhe um melhor em 12x sem juros.

E sobre o antivírus? Sinceramente, tu realmente possuis alguma informação de valor no teu computador? Se a resposta é sim, compra um antivírus de verdade ou muda de sistema operacional. Cada um tem sua preferencia, é que nem time de futebol, tu só saberá que ele não presta quando perder tudo.

domingo, 24 de julho de 2011

Não foi, não foi e acabou indo...

E assim termina a trajetória de mais uma personalidade da música que foi (esse foi é definitivo) consumida por aquela que ela achava que estava consumindo. Uma amiga diz que há pessoas que usam drogas e outras que são usadas pelas drogas. Dou razão a ela, apesar de ainda achar que drogas não teriam este nome se não fossem coias ruins.

Muitos comentam, pelo menos na mídia, que Amy era uma pessoa de muito talento. Oras, eu não consigo reconhecer esse talento, mesmo gostando de uma ou duas músicas dela. Não posso esquecer também das sátiras com o "Momento Amy Winehouse" do Programa Pânico na TV, mas fora isso não vi nada aproveitável nela. Tudo que vi e ouvi foi sobre uma pessoa desequilibrada, esparrenta e escandalosa cantando algumas músicas Soul, isso quando conseguia ficar em pé no palco. Nas apresentações que fez no Brasil, por exemplo, era o copo que segurava ela. Sem o copo, o único destino dela, era o chão. A figura dela já era um mapa descritivo do que a esperava. Não me surpreendeu a notícia, nem um pouco.

Aos 27 anos o que uma pessoa sabe da vida? Já sabe o suficinte para acabar com ela? Quantos se foram nesta mesma idade, por overdose ou por suicídio, não faz diferença. O que faz diferença é a influência destas criaturas na vida dos fãs, pois são formadores de opinião. Pessoas públicas deveriam ter respeito por aqueles que são, digamos, seu público alvo. São pessoas que possuem um poder, mas não têm noção dele ou da sua real extensão. O poder de mobilizar as massas, e não falo de miojo, mas massa de verdade, tipo Isabela ou Orquídea.

Aliás, com tantos casos de tragédias, quando os jovens aprenderão que não é necessário colocar a mão no fogo para saber que queima? Se a Amy fosse colocada numa fazenda para capinar, varrer, plantar e colher é possível que ela não pensasse em drogas. Quem sabe é a falta do que fazer, a falta de trabalho, a falta de objetivos que causa essa fuga para as drogas?

Não sei, não uso drogas, eu trabalho. Tenho mais o que fazer, não tenho tempo a perder com isso. Fui criado de forma rigorosa, quase militar. Uma das lições que aprendi com meu pai é que "Homem é aquele que assume a responsabilidade por seus atos". Quando me refiro ao termo "Homem" quero apontar a atenção a um ser humano decente, correto, coerente e principalmente humanitário, coisa que falta no mundo hoje.

Infelizmente, assim como a mídia vai passar dias mostrando a vida da Amy Drogada Winehouse, logo tudo será esquecido. Da mesma forma, as lições que deveriam ser aprendidas, serão esquecidas, como mais um filme da sessão da tarde.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Vou ficar rico!


Estava a alguns dias atrás no casamento de uma amiga querida, mas nada me prepararia para o encontro da minha vida. Digamos que foi o encontro entre o meu presente e o futuro. Parece coisa de sonho, mas não foi, havia uma testemunha comigo e isso torna a coisa verdadeira.

Cheguei atrasado no casamento, alguns vários minutos, mas o suficiente para me sentir bem e feliz pela minha amiga. Do início do casamento, ou pelo menos a parte que eu peguei, até a saída da igreja se foram uns 30 minutos. Ao chegar no local onde deixei meu carro sou surpreendido por um ser de barbas grandes, roupas estropiadas, fala difícil e olhar perdido no céu. Ele balbuciou algumas coisas pouco perceptíveis ao ouvido humano, mas entendi algumas como “filha... aniversário... esposa... aniversário... doutor... bem guardado... doutor... aniversário...”. Creio que ele me confundiu com um médico e que a sua filha e a sua mulher estavam sofrendo de uma doença chamada aniversário, mas não sei se era mesmo isso. Olhando melhor consegui identificar o senhor, era Moisés (sem o cajado)!

No começo fiquei constrangido de ver aquela figura histórica, mas depois percebi que ele era amigo, queria me passar uma mensagem, principalmente por causa  daquela mão estendida com a palma aberta. Minha guria disse que era o guardador de carros e que era pra dar uns trocos pra ele, ora, não era essa a minha percepção, mas tudo bem. Como ela costuma sempre estar certa eu peguei algumas moedas da console do carro e entreguei a ele, afinal é o que eu tinha. Andar com dinheiro é muito perigoso hoje em dia. E não é que desta vez ela estava errada! Ele pegou as moedas, olhou fixamente para elas e começou a balbuciar palavras sem sentido com o tom mais elevado! Deveria ter ficado ofendido ao ser confundido com um destes flanelinhas que rodeiam a cidade em busca de dinheiro fácil. Fiz um movimento de retirar as moedas da mão dele, mas ele não deixou. Coloquei a mão para trás, na direção da carteira, e ele parou... e como ele parou eu não peguei a carteira! Perguntei se estava tudo bem e ele disse “Vai ficar rico doutor, vai ficar rico...” e depois falou de novo aquela sequencia de palavras sem sentido e correu atrás de outra pessoa que chegava no carro ao lado para sair. Fiquei pensando com meus botões, não de forma recíproca, no que o profeta Moisés acabava de me disser. Sorri, afinal de contas ficarei rico.

Fora isso me pergunto o que será que ele disse ao outro cara que saía? E mais, quanto deve estar cobrando um flanelinha por 30 minutos de estacionamento próximo às igrejas de Porto Alegre à noite... eles sim é que devem estar ricos.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Passada uma semana...

Ainda me espanto com o que leio nos jornais ou com o que assisto na TV. Incrível como perde-se a esperança de crescimento evolutivo da humanidade com tantos absurdos. Por onde começamos? Na verdade creio que o certo é "onde terminaremos?".

Não sou do tipo doce, estou mais para o pomelo, bem azedo e crítico com tudo e com todos. Isso poderia me deixar na posição de suspeito, mas nem tanto, não agora. Esta semana assisti mais uma vez ao Parque das Enganações, mas aí tu te pergunta "não é só naquele programa de domingo da Globo que isso aparece?", na verdade não. O Parque das Enganações ocorre todos os dias, em todos os horários possíveis e nos lugares mais públicos que existem. 

Imaginem a Caixa de Pandora, sendo aberta nos dias de hoje, com certeza não faria tanto estrago quando a documentação entregue à ONU sobre as torturas no período da ditadura aqui no Brasil. Só que a coisa foi impedida de ser exposta, uma coisa que sempre foi exigida pelo governo atual antes de assumir o poder. Bom, para mim sempre achei que essa coisa de buscar corpos e saber se morreu (claro que morreu, estaria onde?) era apenas para ganhar dinheiro do governo, mas já não assumo mais essa posição hoje. Acredito que o medo de abrir esses documentos não é apenas por indenizar os parentes das vítimas, mas porque punir os mandantes e os comandados pode gerar um mal-estar muito grande no governo, na sua imagem e principalmente nos seus aliados. Aliados... proteger e ser protegido.

São esses os malefícios de ter aliados sujos, faz com que a sujeira deles grude nos demais. Pode ser até que abram a caixa, mas não nos tempos atuais. Deixem passar mais uns quarenta anos e quem sabe poderemos descobrir se é interessante abrir o passado sem que este destrua com o presente (deles, não o meu).

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Diário Paulista III

Nem tudo que parece ruim é, pode ser muito pior ou pode ser bom. Esta semana em São Paulo ocorrem alguns eventos importantes como a 27a APAS - Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, a 4a Interdidática - Feira das Industrias e Fornecedores de Produtos, Serviços e Tecnologias da Educação, 7a SP Arte - Feira Internacional de Arte de São Paulo e sábado começa a 16a Toys, Parties & Christmas Fair. Muitos eventos na cidade que não comporta nem mesmo os que já habitam nela.

Tudo bem, não serei o azedo de sempre, vamos ver os contras e os prós: os contras são que não há prós... ou seja, fiquei sem hotel para ficar os meus cinco dias de treinamento. Não por completo, mas pelo menos em um em que eu pudesse ficar quatro dias seguidos. Hoje estou no terceiro hotel diferente, um para cada dia. Até que é uma experiencia interessante, cada hotel em um ponto diferente da cidade e com características diferentes. Achar que as coisas são ruins apenas porque não estão como se quer não significa que seja ruim, não mesmo.

Sabem o que é o melhor? Apesar dos hotéis não serem muito longes uns dos outros, os caminhos são diferentes, ou seja, mais turismo pela cidade que nunca dorme. Aliás, não deve dormir porque ninguém consegue chegar em casa. Do prédio da Impacta até o hotel de hoje são 4km, que foram feitos em aproximadamente uma hora. Pressa, eu? Imagina, consegui mapear a cidade igual ao carro do Google.

Outra coisa interesante, todos os hotéis são perto do Aeroporto de Congonhas e não tem como não ver os aviões pousando, afinal é como se eles fossem brincar de 11 de setembro... 

Chega, vou dormir, os aviões deixaram de ter graça faz tempos.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Diário Paulista II

Sem internet num mundo de conectividade, como é possível? Simples, basta ficar em um hotel que não te permita navegar sem ter de pagar 10 pila por alguns minutos de conexão. Oras, como podem cobrar por algo que se tem de graça até nas praças? Bom, isso é São Paulo, alguém deve sustentar a cidade além dos postos de combustível e das torcidas organizadas. Melhor assim, fico sem e posso me concentrar nos estudos e nos vídeos do Summer Eletrohits 7... mentira, não posso ficar não. Nestas horas é que eu valorizo todos estes anos trabalhando com segurança da informação, não teríamos mercado de trabalho se todos configurassem bem seus dispositivos de conexão.
O dia de hoje não foi nublado, mas de certa forma também não choveu e muito menos teve sol. Estranho? Não, me disseram que aqui isso é normal, mas nem precisavam ter avisado, essa névoa eu já estou acompanhando desde Congonhas, espero que ela não se sinta a vontade comigo e tente voltar junto para Porto Alegre.
 
Na vinda para o hotel pude aproveitar a visão do mar de carros na marginal Pinheiros, com suas luzes de freio a todo momento ativas, quase se fundindo com as lanternas convencionais. Acho que o pedal do acelerador deve até sentir inveja do freio, de tanto que os motoristas paulistanos dão atenção a ele. Não sei porque não lançaram ainda o volante com freio, existem modelos que trocam as marchas no volante, como nos carros de Fórmula 1, quem sabe isso não seria mais útil? Outra idéia interessante é fazer carros onde a velocidade máxima não passe de cinquenta, pois é uma raridade andar acima disso por aqui. 

Ninguém tem essas idéias, não?

Diário Paulista I

Mais uma semana em Silent Hill, o cenário é simplesmente o mesmo de São Paulo... opa, acho que troquei as referências, na verdade Silent Hill foi inspirada no clima de São Paulo. Essa cidade triste e cinza onde pessoas sem rosto passam por mim de cabeça baixa, destruindo seus pulmões com o seu cigarro bombando fumaça como uma locomotiva a carvão, acelerando nas calçadas com presa de fugir dos prédios que as cercam, tensas, desconfidas e de poucas ou nenhuma amizade.

São Paulo me deixa triste, não pelas pessoas em si, mas pelas atitudes que elas tomam. Quer fumar? Conheço lugares ótimos e tu nem precisa acender um, basta ficar parado no saguão ou na frente de um prédio de escritórios da Avenida Paulista e pronto. A quantidade de pessoas que sai dos elevadores com o isqueiro numa mão e a caixa personalizada de cigarros na outra, de olhos esbugalhados e pernas trêmulas por aquele "prazer", é difícil até de contar. O que mais impressiona é a expressão facial após a primeira tragada... Se você nunca fumou basta imagine uma pessoa com a bexiga apertada, mas apertada mesmo (não vale para quem tem incontinencia urinária) e quando chega ao banheiro consegue se livrar do líquido todo, na medida certa. A sensação de alívio é indescritível. Quem fuma deve saber disso melhor do que eu e ainda deve dizer que é muito melhor.

Atitudes mostram o que uma pessoa é, mostram do que ela é capaz. Isso se vê a cada momento do dia, é automático, por mais que alguém finja ser bom um simples gesto fará com que a máscara caia. Sentar no banco dos idosos e fingir que dorme, não juntar o papel do chão ou jogar ele pela janela do ônibus, ignorar uma pessoa que caiu no chão após tropeçar, não desejar "saúde" para alguém que espirrou. Quantos atos são necessários para uma pessoa ser considerada boa? E quantos para considerá-la ruim? As pessoas de São Paulo não parecem ser medidas assim, elas simplesmente baixam a cabeça e avançam, me fazendo desistir de olhar para elas e sentir o que são. Talvez o que falte a elas é interagir com outras pessoas, pois nesta vida agitada não tem como fazer isso.
 
Sou um Observador, me alimento dos pensamentos alheios, sinto suas angústias, absorvo suas mágoas, desenvolvo imunidade aos sentimentos e acabo contaminado pela indiferença como as pessoas se tratam. É como estar em um mar de bolinhas vermelhas e verdes, mas as vermelhas são em tão grande número, que acabo por pensar que não há outra cor.

sábado, 12 de março de 2011

Cuidado com o que desejas

Eu me pergunto se nos demais países deste nosso sofrido planeta as coisas são piores no que se refere a governar, governados e governantes. Os outros povos já estão acostumados com os políticos que têm ou somente nós é que deixamos eles fazerem o que bem entendem em benefício próprio na maior cara-de-pau? No Egito o pessoal se desgostou e finalmente decidiram que era hora de derrubar o governo, na Líbia se inspiraram e estão lutando com o que possuem contra um ser desprovido de noção, na Argentina queimam os aeroportos quando os vôos atrasam, mas nesse caso não conta pois são tudo coisa ruim mesmo. E nós o que fazemos? 
A maior atitude que tomamos é postar no Twitter que o Pão de Queijo aumentou, mas e quando os juros aumentam? E quando o salário dos políticos é reajustado porque conforme eles argumentam "o povo é que está ganhando pouco, o nosso salário é justo"? Outros podem afirmar que eleger um palhaço seja uma forma de protesto, quanta inteligência no ato de colocar o voto fora, alguém consegue imaginar ele se negando a receber o aumento? Ele pode ser palhaço, mas não é idiota. Temos o que pedimos, simplesmente isso. Eu poderia criticar por horas o governo, mas não vou... quem deve ser criticado é o povo. Votei com consciência e pesquisei a vida dos políticos em quem votei, fiz a minha parte. Mesmo que nem todos os que eu queria que ganhassem tenham conseguido a proeza eu ainda assim não mudaria meu voto se pudesse. 
O que me deixa irritado é ver que o povo se contenta com pouco, com cesta básica, BBB e alguns pilas a mais no Bolsa-Cria-Vagabundo. Isso mesmo, vão lá comprar cachaça com o Bolsa-Cria-Vagabundo, afinal de contas o que importa é a movimentação financeira que será gerada... quem disse isso? Um daqueles políticos que foi eleito pelo seu voto, não lembra dele? Ah, desculpe. Quem votou nestas criaturas não deve estar lendo este blog, afinal de contas gastaram "tutô" o dinheiro nos botecos da esquina e não tem como usar a internet ou também não sabem ler que nem o palhaço que colocaram no poder. Pensando bem, internet devem ter, pois o Bolsa-Internet, o Bolsa-Primeiro-Computador, o Bolsa-Energia-Elétrica-De-Graça, o Bolsa-Celular-MPVários e o Bolsa-de-Água-Quente-nos-Pés lhe proporcionam estas facilidades. Pena que ainda não inventaram o Bolsa-Deixa-Que-Eu-Leio-Por-Ti-Pra-Não-Precisar-Mais-Se-incomodar-Em-Ir-Na-Escola. Melhor assim, não preciso ler as respostas cheias de erros de ortografia e falta de concordância.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Deslocamento espaço temporal

Não é matéria de escola e nem assunto de algum filme de ficção científica, mas simplesmente um momento nulo na sua vida. Não há motivo aparente e nem quem possa te ajudar a esclarecer o fato, parece uma crise existencial. Hoje, neste exato momento, me sinto aqui, mas somente de corpo presente. A alma vagueia por onde já estive e não consigo voltar, apenas em sonhos de noites mau dormidas. Não pertenço a este lugar, nem a este tempo, a nada que esteja à minha volta.

Acreditar que isso é uma verdade ou não depende de como cada pessoa consegue lidar com a realidade. E o que é a realidade? O que vemos ou como somos vistos ou como sentimos nosso ambiente? Assim complicou mais ainda, pois não consigo ver nada, tudo é como um quadro onde a pintura está incompleta. Não sei como sou visto, pois já não tomo consciência ou importância da necessidade de ser aceito em uma sociedade. Já não sinto nada, em relação ao ambiente ou a qualquer outra coisa que deveria ser importante para mim.

Quem sabe esse sentimento vá embora amanhã, então saberei que momentos como este passam tão rápidos quanto chegaram. Se não passar, então realmente não é de forma rápida que o mundo gira, mas no momento certo de aprendermos que o dia deve morrer para nascer de novo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

E o Planeta Acabou...

Pelo menos o de Santa Catarina e eu não perdi nada mesmo. Estava conversando a pouco sobre as edições anteriores e uma curiosidade é que o  Engenheiros do Hawaii esteve presente apenas uma vez, nunca mais. Bom, deve ser porque todas as músicas parecem ser a mesma e neste caso não havia necessidade de mais shows com eles. Já o Armandinho, que era um show secundário, é um dos principais hoje em dia. Uma evolução? Não. Eu creio que na verdade é um retrocesso do espetáculo. A Paulinha sempre encanta ele e Deus permanece desenhando a criatura, nada de novo. Ainda bem que existe Capital Inicial para salvar a festa e um pouco de nostalgia com Nando Reis. E mais, Ivete estará no RS.

Luan Santana é apenas mais um com muitos minutos de fama, assim como existiu um dia a Banda Apocalypiso (deveria ser esse o nome, pois era mesmo o fim do mundo ouvir aquela voz nasalada), nunca será algo que dure mais que dois verões. Espero que Victor e Léo, sejam levados rio abaixo com as borboletas e o sapo junto. Ah! O Michel Teló deveria cantar Rosinha, sendo ele a protagonista.

Restart? Não, deixa travado mesmo, porque do jeito que está é capaz sim de ficar pior na próxima edição se reiniciar.

Diversidade sim, mas não no Planeta

Cresci (para cima e para os lados) sem saber o que era a emoção de estar no Planeta Atlântida. Na época que começou essa coisa fantástica eu não tinha dinheiro e nem mesmo as amizades necessárias para poder encarar essa aventura, pois quem se aventura não precisa de dinheiro, apenas de uma mochila e do ingresso, se é que o ingresso conta nestas horas. Bastava que eu tivesse conhecido a minha guria alguns anos antes e quem sabe ela me convenceria e pegar o ônibus e descer em Xangri-lá, só com a roupa do corpo e me divertir de forma inusitada com bandas das quais eu nunca fui a um show sequer. Ela foi e se aventurou, mais de uma vez inclusive, e eu fiquei na vontade... seguidamente ela me pergunta “Como tu vivia antes de mim?” e eu não sei o que responder, se não vivia ou se não sabia o que era viver.

Ainda assim, pelo tempo que estamos juntos, já nos programamos algumas vezes para ir, mesmo ela gostando de Ivete e eu de House/Psy/Trance. Ela na verdade me fez gostar de Ivete, mas a mente dela não aceitou ouvir som eletrônico até hoje. Já fomos ao Atlântida Festival e aos aniversários da Pop Rock em Porto Alegre, mas sem comparação com o Planeta, é como o Sol e a Lua. Ambos incríveis, mas grandezas diferentes. Quem conhece a essência dos primeiros Planetas vai entender o que quero dizer a seguir.

O mundo clama pela diversidade, mas meu pen-drive continua com os bons e velhos Rock aliados a Metal Melódico e com uma pitada de Trance/Psy/House. Não entra Funk, Sertanejo, Pagode, MPB, Samba, Gospel e afins, pois não é e nem será meu estilo. O que é o Planeta hoje além de uma mistura de jabá com apelação? Luan Santana? Michel Teló? Victor e Léo!? Credo. O Planeta já eras.

‘Welcome to my Planet Hell”, sábias palavras de Thoumas, porém eles nunca tocaram no Planeta ou no Festival, mas felizmente foram ao Opinião. E nesse eu também não fui! (Baita vacilão que eu sou.) Pelo menos passou definitivamente a vontade de ir ao Planeta a algumas poucas edições, pois do jeito que está não precisa mais existir (pra mim). Aliás, como eu disse, já não existe mais o Planeta Atlântida e sim um palco com a tal diversidade. Bom pra quem gosta...

Resalva: Foi dito por Nando Reis na entrevista do seu pré-show que o Planeta é um festival da diversidade e não mais um palco do rock. Se é assim então faz sentido e definitivamente esse não é o meu Planeta. Ele foi destruído junto com Kripton a muito tempo atrás.