quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A vida nas novelas


O personagem Caco Antibes do programa Sai de Baixo já dizia: "Pobre é um bicho triste." Isso é verdade em vários aspectos, principalmente para quem assiste a novela das oito que passa às 21h30min na Globo. Confesso que assisti o início desta novela e gostei, mas agora prefiro estudar enquanto minha esposa se diverte com este entretenimento das massas. Porém, mesmo estudando com o notebook no colo, coisa que não deveria ser feita, passo os olhos pela tela e então chego ao ponto que quero com esse texto.

Uma pessoa pobre ganha 50 milhões na Mega e a primeira coisa que ela faz? Aparece na TV para que todos saibam quem ela é e onde mora. Segunda coisa que essa mesma pessoa faz? Reclama por não poder deixar a grana embaixo do colchão e trás pra casa três blocos de notas de R$ 100,00 (para ajudar a pagar as contas que fez, acreditem, devem ser muitas mesmo). E a terceira? O filho mais velho se dá conta que não precisa mais trabalhar e grita alucinadamente na calçada "Eu sou rico!". Ações de pessoas tomadas pela emoção ou burrice? Não sei ao certo.

Também não sei qual é a sensação de ganhar 50 milhões, pois não costumo jogar na Mega-Sena e também não sou um ex-político que abriu uma empresa de consultoria, mas eu seguiria o bom senso com o qual fui criado. Explosão de alegria? Certo que sim, dentro de um depósito frigorífico acompanhado dos cortes ainda não distribuídos. Não apenas isso, qualquer pessoas com o mínimo de informação, que se pode adquirir com leitura de jornais e sabendo como está o mundo hoje, também pensaria melhor sobre estas ações.

Vi uma reportagem a alguns meses atrás sobre os novos milionários e como está a vida deles nos tempos atuais, quais os erros cometidos e como alguns ficaram até mais pobres do que eram antes de ganhar no jogo. A maioria vive agora com muito pouco do que ganhou, pois não soube como administrar, esbanjou, torrou, fumou e/ou cheirou. Um carro de luxo para cada parente e amigos, uma casa para cada um que vivia com ele ou perto dele, festas e mais festas regadas a bebidas caras. Gastar e gastar, afinal de contas, vem fácil e vai fácil e ainda por cima não vai junto conosco após a morte. Creio que a personagem da novela cometerá os mesmos erros dos demais, isso se nenhum outro personagem, com dinheiro e conhecimento de finanças, não se oferecer para ajudá-la.

Adorei ouvir uma frase dita pelo Sílvio Santos agora a pouco no programa Um Milhão na Mesa: "Dia de muito é véspera de nada." e assim mãe e filha perdem os R$ 360.000,00 restantes por não saberem quem é George Clooney e por nunca terem assistido Plantão Médico, mas dizem que viam Grey's Anatomy. Ninguém é obrigado a saber disso, assim como ninguém mais lembra ou sabe qual era o povo liderado por Átila. Minha esposa disse que não sabe quem era esse, e que eu sei porque vivi naquela época... isso é o que dá ser um observador da humanidade. Devia ter esquecido essa coisa de tecnologia da (des)Informação e ter me formado em Antropologia.

Em tempo: Átila, o Huno (406–453), também conhecido como Praga de Deus ou Flagelo de Deus, foi o último e mais poderoso rei dos Hunos. Governou o maior império europeu de seu tempo desde 434 até sua morte. Suas possessões se estendiam da Europa Central até o Mar Negro, e desde o Danúbio até o Báltico. Durante seu reinado foi um dos maiores inimigos dos Impérios romanos Oriental e Ocidental: invadiu duas vezes os Bálcãs, esteve a ponto de tomar a cidade de Roma e chegou a sitiar Constantinopla na segunda ocasião. Marchou através da França até chegar a Orleães, antes que o obrigassem a retroceder na batalha dos Campos Cataláunicos (Châlons-sur-Marne) e, em 452, conseguiu fazer o imperador Valentiniano III fugir de sua capital, Ravenna.


Ainda que seu império tenha morrido com ele e não tenha deixado nenhuma herança notável, tornou-se uma figura lendária da história da Europa. Em grande parte da Europa Ocidental é lembrado como o paradigma da crueldade e da rapina. Alguns historiadores, por outro lado, retrataram-no como um rei grande e nobre, e três sagas escandinavas o incluem entre seus personagens principais.