domingo, 24 de julho de 2011

Não foi, não foi e acabou indo...

E assim termina a trajetória de mais uma personalidade da música que foi (esse foi é definitivo) consumida por aquela que ela achava que estava consumindo. Uma amiga diz que há pessoas que usam drogas e outras que são usadas pelas drogas. Dou razão a ela, apesar de ainda achar que drogas não teriam este nome se não fossem coias ruins.

Muitos comentam, pelo menos na mídia, que Amy era uma pessoa de muito talento. Oras, eu não consigo reconhecer esse talento, mesmo gostando de uma ou duas músicas dela. Não posso esquecer também das sátiras com o "Momento Amy Winehouse" do Programa Pânico na TV, mas fora isso não vi nada aproveitável nela. Tudo que vi e ouvi foi sobre uma pessoa desequilibrada, esparrenta e escandalosa cantando algumas músicas Soul, isso quando conseguia ficar em pé no palco. Nas apresentações que fez no Brasil, por exemplo, era o copo que segurava ela. Sem o copo, o único destino dela, era o chão. A figura dela já era um mapa descritivo do que a esperava. Não me surpreendeu a notícia, nem um pouco.

Aos 27 anos o que uma pessoa sabe da vida? Já sabe o suficinte para acabar com ela? Quantos se foram nesta mesma idade, por overdose ou por suicídio, não faz diferença. O que faz diferença é a influência destas criaturas na vida dos fãs, pois são formadores de opinião. Pessoas públicas deveriam ter respeito por aqueles que são, digamos, seu público alvo. São pessoas que possuem um poder, mas não têm noção dele ou da sua real extensão. O poder de mobilizar as massas, e não falo de miojo, mas massa de verdade, tipo Isabela ou Orquídea.

Aliás, com tantos casos de tragédias, quando os jovens aprenderão que não é necessário colocar a mão no fogo para saber que queima? Se a Amy fosse colocada numa fazenda para capinar, varrer, plantar e colher é possível que ela não pensasse em drogas. Quem sabe é a falta do que fazer, a falta de trabalho, a falta de objetivos que causa essa fuga para as drogas?

Não sei, não uso drogas, eu trabalho. Tenho mais o que fazer, não tenho tempo a perder com isso. Fui criado de forma rigorosa, quase militar. Uma das lições que aprendi com meu pai é que "Homem é aquele que assume a responsabilidade por seus atos". Quando me refiro ao termo "Homem" quero apontar a atenção a um ser humano decente, correto, coerente e principalmente humanitário, coisa que falta no mundo hoje.

Infelizmente, assim como a mídia vai passar dias mostrando a vida da Amy Drogada Winehouse, logo tudo será esquecido. Da mesma forma, as lições que deveriam ser aprendidas, serão esquecidas, como mais um filme da sessão da tarde.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Vou ficar rico!


Estava a alguns dias atrás no casamento de uma amiga querida, mas nada me prepararia para o encontro da minha vida. Digamos que foi o encontro entre o meu presente e o futuro. Parece coisa de sonho, mas não foi, havia uma testemunha comigo e isso torna a coisa verdadeira.

Cheguei atrasado no casamento, alguns vários minutos, mas o suficiente para me sentir bem e feliz pela minha amiga. Do início do casamento, ou pelo menos a parte que eu peguei, até a saída da igreja se foram uns 30 minutos. Ao chegar no local onde deixei meu carro sou surpreendido por um ser de barbas grandes, roupas estropiadas, fala difícil e olhar perdido no céu. Ele balbuciou algumas coisas pouco perceptíveis ao ouvido humano, mas entendi algumas como “filha... aniversário... esposa... aniversário... doutor... bem guardado... doutor... aniversário...”. Creio que ele me confundiu com um médico e que a sua filha e a sua mulher estavam sofrendo de uma doença chamada aniversário, mas não sei se era mesmo isso. Olhando melhor consegui identificar o senhor, era Moisés (sem o cajado)!

No começo fiquei constrangido de ver aquela figura histórica, mas depois percebi que ele era amigo, queria me passar uma mensagem, principalmente por causa  daquela mão estendida com a palma aberta. Minha guria disse que era o guardador de carros e que era pra dar uns trocos pra ele, ora, não era essa a minha percepção, mas tudo bem. Como ela costuma sempre estar certa eu peguei algumas moedas da console do carro e entreguei a ele, afinal é o que eu tinha. Andar com dinheiro é muito perigoso hoje em dia. E não é que desta vez ela estava errada! Ele pegou as moedas, olhou fixamente para elas e começou a balbuciar palavras sem sentido com o tom mais elevado! Deveria ter ficado ofendido ao ser confundido com um destes flanelinhas que rodeiam a cidade em busca de dinheiro fácil. Fiz um movimento de retirar as moedas da mão dele, mas ele não deixou. Coloquei a mão para trás, na direção da carteira, e ele parou... e como ele parou eu não peguei a carteira! Perguntei se estava tudo bem e ele disse “Vai ficar rico doutor, vai ficar rico...” e depois falou de novo aquela sequencia de palavras sem sentido e correu atrás de outra pessoa que chegava no carro ao lado para sair. Fiquei pensando com meus botões, não de forma recíproca, no que o profeta Moisés acabava de me disser. Sorri, afinal de contas ficarei rico.

Fora isso me pergunto o que será que ele disse ao outro cara que saía? E mais, quanto deve estar cobrando um flanelinha por 30 minutos de estacionamento próximo às igrejas de Porto Alegre à noite... eles sim é que devem estar ricos.