quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Equipamento altamente tecnológico

Estou sentado à frente de dois monitores LCD de 17", dois telefones celulares, um HD externo de 400GB, uma webcam e um iMac Intel de 20" rodando Windows Vista, Windows XP e Mac OS X ao mesmo tempo. De repente uma ligação de socorro chega e em poucos instantes eu percebo que tudo ao meu redor é nada. Não alertem os gansos ainda, pois a pessoa está bem, o choque quem levou foi eu.


Imaginem um iPhone com todas aquelas funções incríveis, dá até para viajar legal nele sem nem dar uma tragada. Imaginem agora um abridor de garrafas, simples assim, apenas uma peça metálica com uma abertura similar aos dentes do Ronaldinho Gaúcho no interior dela. A maior diferença entre estes dois itens é a facilidade de uso, pois qualquer um pode usá-lo sem precisar de conhecimentos específicos ou experiências de vidas passadas. Ah, estou falando do abridor de garrafas.


Voltando à vaca fria, quem me liga se apresenta sendo uma pessoa especializada em treinamentos para grandes corporações e que virá aqui na empresa ministrar um curso de tecnologia para uma grande equipe de vendas e precisará de apoio para a instalação do flipchart no auditório. Mas e o que é um flipchart? Serei objetivo na resposta, um flipchart é um abridor de garrafas e nada mais do que isso.


Não sou má pessoa, verdade, mas me nego a ajudar uma pessoa especializada em treinamentos corporativos de alta tecnologia a montar, instalar ou até mesmo configurar um maldito flipchart. Por mais que me paguem para isso eu ainda tenho orgulho! Nunca aceitarei a idéia que um flipchart precise de duas ou mais pessoas para ser montado ou seja lá o que for feito com a coisa. A única exceção seria se a pessoa não tivesse braços e nem pernas, mas nada justifica não ter cérebro.


Ah! E sou fã do Ronaldinho Gaúcho, até comprarei um abridor de garrafas dele. É de mal gosto, mas abre garrafas e nos faz dar algumas risadas.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Momento da Poesia



E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
-
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
-
E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?
-
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
-
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, José!
-
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?


-Carlos Drommond de Andrade

Gostaria de encontrar o José, nos dias de hoje, e perguntar o que ele fez? Se é que ele fez alguma coisa.

O valor de irmos embora

Por mais que seja dito que somos insubstituíveis isso não é verdade em absoluto, afinal de contas os cemitérios estão cheios de pessoas ditas como insubstituíveis. Aliás, a verdade é que só damos valor às coisas que temos quando perdemos elas, o mesmo acontece com as empresas e os funcionários, só o valorizam quando ele consegue algo melhor e se desvencilha dos grilhões.

Matemática e lógica trabalhando juntas: se tu ganha X e vai embora por X+Y a empresa pensa no que tu faz e quanto tempo precisará para repor a mão-de-obra e por isso te oferece X+Y+Z em contra-proposta... Até esse ponto uma pessoa comum se sente feliz por estar sendo valorizada, mas não é exatamente isso que está acontecendo. Aí é que a coisa se mostra desleal para um dos lados, pois se a empresa pode oferecer X+Y+Z então porque raios que a partam não ofereceu isso antes!? Estratégia de Recursos Humanos, mão-de-vaquismo ou simplesmente ela se guarda para futuros problemas como estas situações com a chamada carta na manga?
Já estive em empresas que me deram um bom valor e que me seguraram o quanto puderam, em três leilões, no último eles perderam, mas não acho certo fazer leilão. Não sou carne no mercado e sim um ser humano rotulado de Profissional, apesar de alguns me chamarem de Demônio. Na época foi interessante para o meu ego, mas não mais, isso é passado e hoje vejo que estou subvalorizado onde estou atualmente. E a culpa é minha! Sim, não fiz o que deveria ter feito, li e assisti Quem mexeu no Meu Queijo e não saquei a jogada do filme no final. O que resta a fazer é tentar recuperar o tempo perdido.

Não tem problema, é só colar! O chato dessa história é recolher os pedaços do ego que ficaram pelo chão, mas pelo menos ainda tenho um chão para pisar forte. É cedo e ainda posso corrigir o erro, então, mãos aos livros e rumo aos cursos! Nada de choro e nem de vela, a coisa acontece quando menos preparados estamos. Opa! Isso quer dizer que se estamos preparados a coisa não vai acontecer? Bom, isso eu vou ter de tirar à limpo nos próximos capítulos.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Somos como Javalis?

Ontem ouvi uma fábula muito interessante sobre os javalis. Fábulas são sempre interessantes desde as épocas mais remotas da história da humanidade, pois nos fazem aprender sem saber que estávamos aprendendo realmente alguma coisa. Na verdade poucas pessoas realmente aprendem alguma coisa com fábulas, mas vamos ao que interessa.

Imagine um javali, igual aqueles da série LOST (se tu não olhou LOST então o perdido é você e é melhor para de ler), no meio da selva vivendo por sua própria conta e risco. Coloque um punhado de milho no chão, próximo ao local onde ele passa todos os dias, e ele irá comer o milho alegremente. Nos dias seguintes continue colocando o milho no mesmo local e no mesmo horário e com certeza o javali vai deixar de fazer outros caminhos e sua nova rotina será ir até o milho.

Uns dias depois coloque uma parede próxima aos milhos. O javali pode até estranhar, mas vai continuar comendo os milhos do chão. Coloque outra parede ao lado da que já estava lá e o javali vai continuar comendo os milhos no chão. Coloque mais uma parede, formando um U e o javali continuará comendo os milhos do chão... Não preciso nem dizer o próximo passo, mas vou dizer: quando o javali estiver comendo milhos, coloques mais uma parede e prenda o javali entre elas.

Enquanto houver milhos no chão para ele comer nada mudará. Não haverá reclamação, nem gritos, afinal de contas há milho para ele comer no chão.

Quem somos nós? Quem é você? Qual a moral da história? Qual o mistério da ilha de LOST? As respostas são variadas, com exceção do mistério de LOST que é de responsabilidade de Jefrey Lieber, JJ Abrams e Damon Lindelof. Só sei que paredes não se criam ao meu redor e não gosto de milho. Eleve esse pensamento para a sua vida e veja o que se passa ao redor, junte os elementos da fábula ao seu cotidiano e responda em silêncio.

E não esqueça que a vida é cheia de surpresas e milho.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Seriedade ou ordem?

Na boa, não espere achar o sentido da vida por aqui, mas se achar me comunique, pois sempre me disseram que o que procuramos está debaixo do nosso próprio nariz, mas eu só vi migalhas no teclado.


Um dia planto uma horta nele, mas não sou porco o suficiente para isso. Se bem que se eu fosse porco faria um chiqueiro e não uma horta! Se bem que conheço pessoas que tratam tão bem do seu equipamento que o alimentam diariamente com bolo, bolachas, o recheio das Trakinas e afins... a brincadeira só acaba quando o teclado bebe um cafezinho ou um suco de laranja Tang bem adoçado. Nesse caso a única solução é uma placa de "Não alimente os animais, seu animal!"
Como escrever é uma arte, vou pesquisar um pouco para não ofender os artistas que existem por aí e depois eu volto.