terça-feira, 29 de abril de 2008

Tal como uma rocha

Nada melhor do que não ter coração, pois os sentimentos de despedida são tão simples de explicar como um pulo nas águas geladas onde afundou o Titanic, principalmente com o tal iceberg que estava lá olhado tudo como se não fosse culpa dele.
Neste ponto imagino quem é o Titanic, quem é o iceberg e quem são as pessoas na água... e não posso esquecer que além de pessoas na água há pessoas no barco que está afundando e ainda não decidiram se pulam ou se esperam mais um pouco. Pessoas que apenas prolongam o sofrimento, já que se despedem dos que pularam e não haverá ninguém para se despedir delas.

Qual dos elementos eu sou? Realmente gostaria de ser apenas a rocha, no fundo do oceano. Elemento este que não está no contexto do destino, está acostumado ao peso do mar, ao frio e à solidão. Passa o tempo a ver embarcações indo e vindo, encontros e desencontros entre icebergs e grandes navios que se achavam onipotentes, corpos sem vida e que muitas vezes já estavam mortos mesmo em vida, bastava alguém para lhes dizer a verdade. Uma rocha não tem vida, mas de que adianta ter se não poderia aproveitar a vida que tem.
Longa vida ao oceano! E longa vida é o que precisamos, mas apenas se formos seguir em frente sem desanimar com o destino que nos reserva tantas surpresas.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

E o que nos espera?

Não é de hoje que me pergunto o que seria de nós sem a surpresa, sem a expectativa e principalmente sem a ansiedade de que alguma coisa deve ou vai acontecer. Não quero nem mesmo imaginar o que faríamos sem que houvesse a necessidade de mudar, de adaptar-se a novos conceitos e realidades. Em um filme que assisti houve o conceito de que a nossa vida pode ser um Carrossel ou uma Montanha Russa, não lembro o nome, mas sei que era com o Steve Martin. Era uma comédia... mas esta parte séria me deixou por alguns instantes pensando como é a minha e se é necessário mudar o modo como ela está. Ficar no lugar confortável ou mudar o nível para uma intensa turbulência de acontecimentos inesperados.

Seria interessante que nossa vida fosse um parque de diversões completo, com Trem Fantasma, Carro-Choque, Tiro-ao-Alvo, Chapéu Mexicano e todos aqueles brinquedos que nos deixam com vontade de comprar um passaporte para a semana ou pensar se comemos antes ou depois de entrar. Na verdade alguns têm essa vida de aventura, mas isso não é para todos, com certeza não é. Atualmente estou andando em uma daquelas Montanhas Paraguaias. Ela tem alguns solavancos, subidas de 45°, descidas modestas que não chegam a meter medo, mas me deixam com a sensação de que alguma coisa está faltando. Não sei dizer o quê, talvez um loop ou algumas dezenas de metros a mais de altura. Quem sabe aumento de velocidade e mais pista. Ou quem sabe é o meu ponto de vista que está atrapalhando e preciso mudar de lugar?

Mudar de lugar às vezes ajuda mais do que mudar o lugar. Ou você se adapta ao ambiente ou procura outro que seja mais compatível.