segunda-feira, 8 de novembro de 2010

ENEM que eu quisesse poderia...

Este poderia ser mais um daqueles textos que comentam sobre as bizzarices que os participantes do ENEM escrevem ou falam durante a prova, o que poderia fazer com que ele ficasse muito extenso. No entanto, este não é o caso. 

Este final de semana dediquei a aplicação de provas deste evento nacional e vi no olhar de alguns participantes a importância que essa prova possui, não apenas como realização pessoal, mas como uma porta a ser aberta para o futuro. E muitos, acreditem, se dedicaram a ela. Ver essa dedicação e esse apresso profundo se desfazer ao receberem a notícia de que ela pode ser anulada é triste e desumano. O olhar fixo na tela da televisão como se fosse uma brincadeira de mau gosto ou um pesadelo a notícia de que nada do seu esforço será aproveitado. Ninguém tem o direito de mexer com a esperança daqueles que a ela se agarram com unhas e dentes, mas aconteceu.

Acredito que, como em toda empresa, a equipe técnica deve estar empenhada em mostrar o seu melhor, mas em algum departamento ocorre aquilo que tanto medo tenho, o surgimento de alguém desinteressado ou que não dê a devida importância ao processo. Pessoas assim são como aquela peça de engenharia desenvolvida de forma a apresentar defeito um dia para garantir a demanda de manutenção. Isso existe sim! São estas criaturas de aparecem nos termos de serviço de alta disponibilidade. No contrato diz que a empresa contratada garante 99,99% de disponibilidade do serviço. Perceberam onde as criaturas estão? Naquele 0,01% de possibilidade de falha completa. A prova do ENEM teve seu 0,01% ao deixar de ser conferida com rigor. Nem quero mencionar os aplicadores que deixaram alguns participantes enviar os dados da prova para o Twitter durante a prova... desses eu não espero mais nada. 

Noventa questões no sábado e mais noventa questões no domingo com uma redação. Cansativo e tenso... De quem vamos rir? Dos participantes que nem lembram que redação possui título? Daqueles que não sabem que o Trapézio não é um triângulo? Não há graça desta vez. Anular uma prova que além de gastos públicos prejudicou a  auto-estima dos estudantes e a sua credibilidade não é de rir, mas de chorar. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Conversei com algumas pessoas sobre o incidente "ENEM" por isso estava pensando e analisando: Estamos em ano de eleição, campanha política muitos gastos para alavancar campanha... até que ponto realmente foi um engano ou erro o que aconteceu ao ENEM? Ou será que isso não ocorreu para que tivessem como desviar dinheiro público, ou cobrir os rombos deixados pela campanha? Agora será envestido mais quanto? De uma maneira ou de outra o povo sempre paga e paga caro...
Marlova