quinta-feira, 19 de julho de 2012

E começou novamente...

Há duas épocas que realmente me desagradam devido ao comportamento humano, uma delas é o carnaval. Quem me conhece sabe que eu detesto as escolas de samba, seus enredos e principalmente a cobertura da Rede Globo. Só seria pior mesmo se o Galvão Bueno narrasse o desfile das escolas.

A outra época é a campanha eleitoral, não tanto pelo fato do povo sempre votar nos mesmos abutres que governam o país, ou por termos tão poucas opções que possam valer nosso voto, mas sim pelos hinos de campanha. Já não bastasse Michel Teló querendo cometer suicídio assim que pegar alguém, tenho de ouvir político incrementando (ou seria escrementando?) sua campanha com uma música sem graça na melodia do mencionado. Ou então música de festa infantil, sertanejo, gospel, hip-hop, tchê music, funk e até repentistas com o nome do candidato sendo cuspido nos meus ouvidos em pleno final de semana. Para piorar a situação liberaram a campanha na internet...

Quisera eu ter um filtro de lixo eletrônico nos tímpanos, já resolveria alguma coisa, mas e quem se salva quando os amigos nos enviam esse tipo de propaganda indesejável? O bom senso resolve. Se quiserem receber isso basta aceitar, se não quiserem reclamem. Uma amiga pediu a todos os demais que, se forem enviar esse tipo de material, criem um grupo no Facebook e joguem lá. Eu me adiantei, criei uma regra chamada Lixo Político no meu cliente de e-mail com a instrução clara de apagar assim que chegar. Com certeza não receberei e-mail de algum político me oferecendo dinheiro, cargo de confiança ou mesmo uma bolsa de estudos. Conheço alguns políticos, claro, quem não conhece? Só que a diferença é que sei onde eles moram, do que se alimentam e o que fizeram pelo povo. Não peço favores, exijo que se cumpram as promessas de campanha daqueles em quem votei, não me sinto a vontade de cobrar isso de quem eu não confiei, mas cobro de quem votou no eleito se não for o meu candidato.

Tanto o carnaval quanto a campanha eleitoral duram pouco, mas seus efeitos são duradouros e muito parecidos. Muitos foliões e candidatos não lembram o que aconteceu durante o período, o que explica não cumprirem promessas como casamento e emprego aos cabos eleitorais. As ruas ficam inundadas de suas sujeiras como confetes e santinhos, depois de cair no chão eles não tem dono e cabe à prefeitura limpar, afinal de contas pagamos os impostos da coleta de lixo urbana. Os cofres públicos ficam mais magros, pois em ambos os casos o governo patrocina boa parte do evento. Temos ganhadores e perdedores, eles trocam acusações, chutam o balde, esperneiam e depois dão um aperto de mão na frente das câmeras, pois é assim que funciona e ninguém sabe de que lado estará no próximo embate. Não podemos esquecer as máscaras, mas ao contrário do carnaval os políticos permanecem com elas por muito tempo até que alguém tire deles à força. E temos o povo! Sim, este grande espectador! Assiste a tudo eufórico, grita, torce, gasta seu dinheiro com objetos que mostrem de que lado ele está, come e bebe durante a festa e depois vê o barco passar... e começa tudo de novo.

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