segunda-feira, 12 de abril de 2010

Tem alguém aí?


Um pedido de silêncio e um pedido de resposta... tão difícil quanto não ser atendido o primeiro é não saber resposta ao segundo. E a cada segundo um pouco de esperança se vai, mas não sabemos quanto de esperança cada um tem, quanto cada um suporta para saber o quanto se pode esperar. Talvez dependa não apenas da importância de cada vida, mas da vida daqueles que conhecemos. Olhar as cenas da tragédia anunciada no Rio de Janeiro não é diferente das cenas das tragédias de outras cidades como Angra, o impacto é o mesmo, mas saber que poderia ter sido evitado é outra história. E essas histórias ainda serão contadas outras vezes e em outras localidades.

Na mais pura linguaguem de um morador "... virou cemitério. Game over pro Morro do Bumba.". Jogo? Sim, pra quem não sabe estamos todos participando do jogo da vida, onde não há segunda chance, o que temos de fazer deve ser feito agora e se escapar com vida dizem ser nascer de novo, não creio. Não escapam, vivem para contar os mortos e continuar a vida. Aqueles que deixaram isso acontecer não terão sono profundo, serão acordados pela culpa. Aqueles que conseguiram escapar não poderão dormir tranqüilamente, ouvirão árvores rachando e terra descendo nas noites silenciosas. Aqueles que ajudaram a resgatar vidas não conseguirão descansar, pois em suas mentes o descanço é tempo que demanda salvar outras vidas. Nós que estamos a olhar como podemos ficar alheios a isso? Não podemos, o coração dos bons não permite sossegar.

Cada um pode ajudar, de uma forma ou de outra. Alguns com donativos, outros com palavras de conforto. Posso expressar minha tristeza e fazer um minuto de silêncio em nome daqueles que se foram, assim como posso transformar em palavras o que sinto. Assim, quem sabe, faço bater os corações daqueles que nos tempos de hoje ainda acham que isso é normal, afinal o fim do mundo está chegando. O fim do mundo começa em nós mesmos, quando fechamos o coração para aqueles que precisam. Ao ignorar nosso próximo decretamos o fim da existência humana.

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